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Eventos / Exposição

Geovana Cléa leva suas obras de arte para o Salão do Móvel de Milão

Geovana Cléa conta suas inspirações para as obras que exibiu no Salão do Móvel de Milão

por Priscilla Comoti

pcomoti_colab@caras.com.br

Publicado em 03/05/2024, às 18h25

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Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri
Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri

A artista visual Geovana Cléa levou suas obras de arte para o Salão do Móvel de Milão. A exposição recebeu o título de Sertões e as obras contaram com o brilho de cristais Swarovski na composição.

Em conversa com a CARAS Digital, a artista contou suas inspirações para as obras. "Sertão e Chão rachado, as primeiras obras que fiz, chorava enquanto executava o trabalho. Ninguém pode conhecer o sertão tão bem como quem nasceu lá, como eu. Não conheço o sertão de ouvir falar ou simpatizar, vivi em primeira pessoa cada instante daquele mundo generoso, simples e, ao mesmo tempo, tão rico de humanidade e gentileza. Tenho orgulho de minha terra e raiz, todo artista mostra o que tá na alma, autenticamente", afirmou ela. 

Então, ela explicou mais sobre seu processo criativo. "Na verdade foi um processo, tem mais 10 anos que vou tomar banho de rio no Trebbia, localizado na região piacentina, na Emília Romagna, lá é bem argiloso e como o verão aqui é muito quente a terra racha. Eu sou sertaneja raiz, nasci e cresci no sertão de Alagoas, o sertão é seco, o contrário do agreste e litoral alagoano. Não temos muitas cores, tem muita caatinga e as temperaturas elevadas racha o chão, aquele rio italiano foi como um portal entre dois mundos, dava saudade da minha infância e das pessoas que amo que ainda estão por lá. Primeiro fiz fotos e 3 obras a partir das fotos. Depois, exatamente ano passado, resolvi levar a terra argilosa rachada para a obra e entre as rachaduras, colocar os cristais feitos pra mim pela Swarovski, pequenos como grãos de areia e com corte de diamante", disse ela. 

E completou: "Na verdade essa obras do chão rachado, celebram meu sertão amado e minhas memórias de uma vida inteira. É muito íntimo e autoral, o sertão vem de dentro, é minha raiz. Não existia momento melhor para mostrar sua grandeza que durante a minha quinta participação com uma bela exposição individual no Salão do Móvel de Milão, em parceria com a empresa Galbiati, especializada em trabalhar com metal, conhecido como ottone, aqui na Itália"

Geovana Cléa também comentou sobre os nomes que deu para as obras. "Cada obra leva o nome de uma pessoa. Durante a exposição, além da beleza estética, a minha história com as pessoas que estavam nominados nas obras foi contada. Isso emocionou profundamente, muitas lágrimas de emoção, russos, italianos, entre outros. Sertões tocou, são histórias verdadeiras… Minha arte leva verdade e história, as pessoas precisam de mais verdade. Aqui está as oito pessoas homenageadas: Meu painho, Luiz Celso; Dona Rita, mainha; Dona Rosa, minha primeira professora; Ciçao, meu padrinho; João Pardal, fui sua porta alianças; Seu Zé de Né, grande amigo de meu pai; Seu Valdo Luzia, pai da minha amiga de infância; Seu Zé de Terto, me chamava Gerolinda, mistura de GEO e Linda, assim dizia ele. Todos sertanejos da minha cidade, o chão rachado representa cada um deles, que por sua vez representam outros valorosos sertanejos como eles", afirmou. 

Por fim, ela destacou a importância do evento para sua trajetória. "Orgulho pela minha terra, seca e sofrida. Jamais falaria do sertão se fosse do litoral ou do agreste, jamais trairia minhas raízes por modismo ou porque vende mais. O sertão está na minha alma, no meu berço, na minha educação, na minha história. E a verdadeira arte é tirar de dentro nossa verdade e pureza, pois isso é ponte que alcança outros corações através do que nossa história nos doou de bonito e verdadeiro. Essa é a missão do artista, ser puro pra transmitir através da própria obra emoção sincera, história e tudo que o amor pode infinitamente tocar e deixar através de um sorriso de felicidade, mesmo que seja só por um instante. Arte é isso!", contou. 

Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri
Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri
Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri
Geovana Cléa - Foto: Emanuele Scilleri